Todas as semanas, chegam na nossa clínica pacientes com quadros de tontura, e muitos desses apresentando perda auditiva, com a causa sendo Síndrome de Ménière.
O mais interessante é que chegam sem saber que tem essa doença, também conhecida como hidropsia endolinfática, mesmo após terem passado por muitos médicos.
A Ménière não tem cura e é mais comum do que se imagina. Geralmente, seu diagnóstico acaba se dando em consultórios de profissionais que tem contato diário com duas das principais consequências geradas por ela: a tontura e a perda auditiva.
Se você sofre com os sintomas da Síndrome de Ménière, mas ainda está em fase de investigação, com certeza podemos colaborar com esse diagnóstico (clique no botão do WhatsApp e agende seus exames).
Confira a seguir informações importantes sobre essa doença.
O que se sabe sobre a Síndrome de Ménière
Descoberta pelo médico francês Prosper Menière (1799 – 1862), a Síndrome de Ménière é uma desordem do ouvido interno que causa episódios de vertigem intensa, perda auditiva flutuante, zumbido (tinnitus) e, em alguns casos, uma sensação de pressão no ouvido.
Esses episódios podem durar de minutos a horas, e a condição geralmente afeta apenas um ouvido. A Síndrome de Ménière é crônica – ou seja, uma vez diagnosticada, o paciente convive com a doença por toda a vida.
Possíveis causas da Ménière
A Síndrome de Ménière ainda não tem uma causa específica conhecida, mas alguns fatores podem estar envolvidos no seu desenvolvimento:
Desordens imunes: Algumas pesquisas sugerem que a síndrome pode estar relacionada a problemas no sistema imunológico.
Infecções virais: Infecções virais no ouvido interno também são consideradas possíveis causadoras.
Fatores genéticos: A genética pode desempenhar um papel, já que a doença pode ocorrer em várias gerações de uma mesma família.
Problemas vasculares: Alterações na circulação sanguínea para o ouvido interno podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome.
Consequências da doença de Ménière
As consequências da Síndrome de Menière podem ser bastante impactantes. Entre elas, destacam-se:
Tontura: Episódios de vertigem podem ser extremamente debilitantes, dificultando a realização de atividades diárias.
Leia também: Saiba que médico trata tontura e como é feito o diagnóstico
Perda auditiva: A perda de audição pode ser progressiva e afetar a comunicação e a interação social do paciente.
Zumbido: O zumbido constante pode causar desconforto e estresse.
Pressão no ouvido: A sensação de pressão pode ser persistente e incômoda.
Essas consequências não são apenas físicas, mas também emocionais e psicológicas, afetando a qualidade de vida de quem convive com a doença.
Tontura e perda auditiva como chave para o diagnóstico de Ménière
Como dito, a Ménière é uma desordem no ouvido interno. Em outras palavras, resulta da distensão do compartimento da endolinfa, líquido existente no interior do labirinto membranoso localizado na orelha interna.
Essa característica, por si só, coloca o especialista em audiologia e otoneurologia (como é o caso dos profissionais da nossa clínica) entre os mais capacitados para colaborar com o diagnóstico da Ménière.
Então, o paciente nota os impactos da Ménière geralmente na idade entre 20 e 40 anos, fase em que começa a procurar ajuda. Ao realizar o exame de audiometria tonal e audiometria vocal, os gráficos mostram a perda auditiva com curva ascendente, geralmente em apenas um ouvido. Ao longo do período, principalmente quando não se faz o tratamento necessário, pode chegar ao outro lado.
Além de episódios de vertigem (sensação de rotação ou de movimento e perda de equilíbrio), porque a região afetada é o labirinto, outra importante característica em alguns casos são as variações auditivas – ora se ouve sem grandes problemas, noutra surge uma dificuldade maior.
No caso, essa surdez flutuante, e muitas vezes o zumbido (chiado, apito etc.), vem acompanhada de uma pressão no ouvido. Essa sensação é semelhante à produzida quando estamos no avião, mudando de altitude.
Importante reforçar ainda que a Ménière também é conhecida por gerar crises. Estas podem durar de aproximadamente de 30 minutos a 8 horas e virem acompanhadas de náuseas, vômitos, mal-estar e diarreia.
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Impacto na qualidade de vida dos pacientes
Como se percebe, esses sintomas são progressivos e têm impacto profundo na qualidade de vida dos pacientes. Vamos ver como isso ocorre:
Tontura
Dificuldade em realizar atividades diárias, como caminhar, dirigir ou trabalhar. Pode levar a quedas e acidentes, além de causar ansiedade e medo de novos episódios.
Perda auditiva
Problemas de comunicação, isolamento social, dificuldade em ouvir sons importantes, como alarmes ou conversas, e impacto emocional devido à frustração e estresse.
Início do controle da Síndrome de Menière
Quando falamos sobre a Síndrome de Ménière, é importante destacar que, embora não haja cura, os tratamentos disponíveis podem melhorar significativamente os sintomas.
Como não há um padrão em relação a como se manifesta em cada pessoa, ideal é não apenas saber que se tem Ménière, mas entender exatamente o que ela está gerando de consequências.
A partir disso, precisa existir um acompanhamento multidisciplinar (médico, audiologista e otoneurologista) com protocolos e recomendações específicas para o caso, entre elas:
Medicamentos: Diuréticos, anti-histamínicos, sedativos e medicamentos para náuseas podem ser prescritos para ajudar a controlar os episódios de vertigem e outros sintomas.
Dietas específicas: Uma dieta com baixo teor de sódio pode ajudar a reduzir a retenção de líquidos no corpo, o que pode diminuir a pressão no ouvido interno.
Injeções intratimpânicas: Injeções de medicamentos diretamente no ouvido médio podem ajudar a reduzir a vertigem em alguns casos.
Reabilitação vestibular: Exercícios específicos podem ajudar a melhorar o equilíbrio e a reduzir a sensação de tontura.
Reabilitação auditiva: Aparelhos auditivos são os únicos capazes de devolver a capacidade de ouvir e os estímulos que o cérebro necessita.
Pensando na qualidade de vida, a pessoa com Ménière deve se reprogramar e adotar novos hábitos, que são tão importantes quanto os tratamentos de saúde:
Gestão do estresse: Técnicas de relaxamento, como ioga, meditação e terapia cognitivo-comportamental, podem ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade, que podem agravar os sintomas.
Modificações no estilo de vida: Evitar cafeína, álcool e tabaco pode ajudar a reduzir os episódios de vertigem e melhorar a saúde geral do ouvido interno.
Apoio psicológico: Participar de grupos de apoio ou consultar um psicólogo pode ajudar os pacientes a lidar com o impacto emocional da doença.
Monitoramento regular: Consultas regulares com um otorrinolaringologista são importantes para monitorar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.
Lembre-se: cuidar da saúde auditiva e do equilíbrio é fundamental para viver bem com a Síndrome de Ménière. Não hesite em procurar ajuda médica e seguir um plano de tratamento personalizado.
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